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Nelson Mandela

Parte 1

Nelson Rolihlahla Mandela nascido em Mvezo em 18 de julho de 1918, foi um advogado, líder rebelde e presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1993, e pai da moderna nação sul-africana, onde é normalmente referido como Madiba (nome do seu clã) ou Tata ('Pai').

Principal representante do movimento antiapartheid, considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade, era tido pelo governo sul-africano como um terrorista e passou quase três décadas na cadeia.


De etnia Xhosa, Mandela nasceu em um pequeno vilarejo na região do Transkei. Aos sete anos, Mandela tornou-se o primeiro membro da família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson". Logo depois da morte de seu pai, Nelson seguiu para uma escola próxima ao palácio do Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental.
Em 1934, Mandela mudou-se para Fort Beaufort, cidade com escolas que recebiam a maior parte da realeza Thembu, e ali se interessou pelo boxe e por corridas. Após se matricular, começou o curso para se tornar bacharel em direito na Universidade de Fort Hare, onde conheceu Oliver Tambo e iniciou uma longa amizade.


Nelson Mandela e Oliver Tambo

Ao final do primeiro ano, Mandela se envolveu com o movimento estudantil num boicote contra as políticas universitárias, sendo expulso da universidade. Então foi para Johanesburgo, onde terminou sua graduação na Universidade da África do Sul (UNISA) por correspondência. Continuou a fazer direito na Universidade de Witwatersrand.

Como estudante de direito, Mandela se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros, mestiços e indianos direitos políticos, sociais e econômicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942 e dois anos depois fundou, com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA.


Na imagem, Oliver Tambo aborda um comício do Movimento AntiApartheid em Londres em 1968


Parte 2 

No ano de 1944 Mandela se casou com Evelyn Mase, uma jovem parente de Walter Sisulu. Com ela viria a ter quatro filhos: uma menina chamada Makaziwe, morta aos nove meses de idade - e outra, que também recebeu o mesmo nome, apelidada Maki, e dois garotos: Madiba, Thembekile (Thembi) e Makgatho (Kgatho).
Mandela e sua primeira esposa.
Esta união duraria 12 anos, e terminaria de forma bastante traumática para as duas famílias. Em 1946 tiveram o primeiro filho, Thembi; em 1947 nasce a primeira filha, Makaziwe, que morre aos 9 meses de idade; o casal teria ainda mais dois filhos, na década seguinte.
Em 1948 foi eleito secretário nacional da ANCYL, e executivo nacional do CNA, pelo Transvaal.
Mandela começa a tornar-se cada vez mais popular, até que em 1949 passa a integrar o Conselho Executivo do CNA. Mas no ano anterior, 1948, a vitória da extrema-direita branca no governo do país com o Partido Nacional vai levar à construção de um regime segregacionista como nunca se vira antes na história.
"Our future is bright" - Nosso futuro é promissor.
No ano de 1949 o governo aprova o regime legal segregacionista, que dá o nome de apartheid. Em 1951 Mandela é eleito presidente da ANCYL e no ano seguinte presidente do CNA na província de Transvaal, o que o coloca como vice-presidente nacional da instituição.
Neste período é secretário do Johannesburg International Club, um dos poucos lugares em que se podiam reunir pessoas de várias nacionalidades; ali encontra-se com atores americanos, como Canada Lee e Sidney Poitier. O cargo de secretário foi em seguida ocupada pelo inglês Gordon Goose, casado com uma judia, Ursula, que era cega, e se tornaram grandes amigos de Mandela; certa feita, por impedimento do esposo, Mandela foi buscá-la no trabalho e, por conta da cegueira, ela deu-lhe o braço - um negro com uma mulher branca, fato que despertou a ira dos brancos, que o hostilizaram.

Na foto Sidney Potier, ator do filme "Ao mestre com carinho"
Canada Lee

Parte 3


Seu empenho na luta redunda no fim de seu casamento com Evelyn ainda em 1955, ela era completamente avessa à política e se queixava da falta de tempo do marido para a casa e os filhos (Makaziwe nascera dois anos antes); o divórcio ocorre no ano seguinte. Apesar de separados de fato, continuaram a morar juntos numa casa pequena, em Soweto; ela se tornara testemunha de Jeová e passava grande parte do tempo a ler a Bíblia; seu filho Madiba certa feita questionara por que não passava as noites em casa, e Mandela respondera que milhões de crianças precisavam dele, no país; o sucesso que tinha na causa, não ocorria em casa. Mais tarde ela deu entrevistas à imprensa branca onde distorceu os reais motivos da separação, segundo o próprio Mandela.
Mandela queima passe obrigatório

No dia 5 de dezembro de 1956, sua casa é invadida pela polícia, revistando-a por 45 minutos e apreendendo papéis; o líder é levado preso, na frente da mulher e dos filhos; outras 144 pessoas foram detidas no mesmo dia.
Em 1957, quando tem início a tramitação do Julgamento por Traição, Mandela é um advogado bem sucedido e divorciado, tornara-se umbon vivant: frequentava restaurantes, andava num carro americano importado; foi do carro que, neste ano, viu Winifred Zanyiwe Madikizela parada num ponto de ônibus, em seu uniforme de enfermeira, e ficou com sua imagem gravada na memória - poucos dias depois, coincidentemente, ela lhe apareceu no escritório, para tratar de uma causa. Começaram a sair e um dia ele mandou que fosse à costureira, para experimentar o vestido de noiva que mandara fazer: não houve um pedido de casamento. Ela tinha 22 anos e ele dezesseis a mais que ela.
Mandela e outros são julgados por traição

Em 1958 o Julgamento entra na sua fase judicial e Mandela é o advogado dos réus, em parceria com Duma Nokwe; Mandela e Winnie se casam durante um recesso de 6 dias no Julgamento, numa cerimônia onde o sogro, em discurso, brincou que a filha se unia a um "prisioneiro". Poucos dias depois da união Mandela entrou para a clandestinidade, e via a esposa em encontros furtivos, que precisavam ser adrede planejados, com máxima segurança.

Parte Final

Mandela passou 27 anos na prisão - inicialmente em Robben Island e, mais tarde, nas prisões de Pollsmoor e Victor Verster. Depois de uma campanha internacional, ele foi libertado em 1990, quando recrudescia a guerra civil em seu país. Em dezembro de 2013, foi revelado pelo The New York Times que a CIA americana foi a força decisiva para a prisão de Mandela em 1962, quando agentes americanos foram empregados para auxiliar as forças de segurança da África do Sul e para localizá-lo. Até 2009, ele havia dedicado 67 anos de sua vida à causa que defendeu como advogado dos direitos humanos e pela qual se tornou prisioneiro de um regime de segregação racial, até ser eleito o primeiro presidente da África do Sul livre. Em sua homenagem, a Organização das Nações Unidas instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela no dia de seu nascimento, 18 de julho, como forma de valorizar em todo o mundo a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia.
Mandela foi uma figura controversa durante grande parte da sua vida. Denunciado como sendo um terrorista comunista por seus críticos, ele acabou ser aclamado internacionalmente por seu ativismo e recebeu mais de 250 prêmios e condecorações, incluindo o Nobel da Paz em 1993, Presidential Medal of Freedom dos Estados Unidos e a Ordem de Lenin daUnião Soviética. Seus críticos apontam seus traços egocêntricos e o fato de seu governo ter sido amigo de ditadores simpáticos ao Congresso Nacional Africano (CNA). Em sua vida privada, enfrentou dramas pessoais mas permaneceu fiel ao dever de conduzir seu país. Foi o mais poderoso símbolo da luta contra o regime segregacionista do Apartheid, sistema racista oficializado em 1948, e modelo mundial de resistência. No dizer de Ali Abdessalam Treki, Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, "um dos maiores líderes morais e políticos de nosso tempo".


No dia 5 de dezembro de 2013 o presidente sul-africano Jacob Zuma anunciou a morte do seu antecessor: "A nação perde seu maior líder", completando: "Ainda que soubéssemos que esse dia iria chegar, nada pode diminuir nosso sentimento de perda profunda"; declarando luto nacional e anunciando que o funeral deve ocorrer na capital, Joanesburgo, no sábado - dia 7 de dezembro, com as honras de Estado.
No anúncio presidencial, feito pela televisão, Zuma acentuou o papel de Mandela para seu país: "Ele está agora a descansar. Ele está agora em paz. A nossa nação perdeu o seu maior filho. O nosso povo perdeu um pai"
Na página oficial de Mandela, na rede social Facebook, foi colocada uma mensagem sua, de 1996, em várias línguas - inclusive o português, dizendo: "A morte é inevitável. Quando um homem fez o que considera seu dever para com seu povo e seu país, pode descansar em paz. Acredito ter feito esse esforço, e é por isso, então, que dormirei pela eternidade."
Como seu epitáfio, Mandela havia um dia declarado que gostaria de ter escrito somente: "Aqui jaz um homem que cumpriu o seu dever na Terra".


Um comentário:

  1. Essa e a historia do homem que venceu a pobreza o preconceito e se tornou uma das mais importantes figuras politicas do seculo 20 alem de se tornar um simbolo para a sua nação.

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